sexta-feira, 14 de junho de 2013

Recife está de braços abertos!

Juventude indignada: a maré insurgente chegou ao Recife, depois de paralisações de metroviários e rodoviários, vamos intensificar a luta pela garantia de um transporte coletivo e público de qualidade.



Temos uma demanda objetiva: em face da desoneração de PIS/Cofins para o empresariado, a redução das tarifas é plenamente possível. Petrolina é um exemplo. Goiânia e Porta Alegre são exemplos de processos que conseguiram reduzir. Natal, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outras capitais, também estão na luta! No entanto, o Grande Recife já disse que não irá sequer reabrir as discussões. Somado a isto, fica o questionamento: cadê a licitação das linhas de ônibus? Cadê a melhoria nas condições de trabalho de motoristas e cobradores? Cadê o conforto? Tem dinheiro para a COPA, mas não tem para o Busão!


Evento em sincronia com o Ato Nacional Contra o Aumento de Passagens.
Detalhes a definir.
Evento em sincronia com o Ato Nacional Contra o Aumento de Passagens.
Detalhes a definir.

Imagens da Manifestação

A época de manifestar no sofá terminou...

Porque transformar causa tanto CAOS?

Primavera à brasileira

Manifestações populares motivadas por fatores políticos e econômicos, onda de protestos nas principais cidades do país, grande número de jovens indo às ruas contestar o sistema vigente e a intervenção das Forças Armadas nessas manifestações. Em que país estamos? Tunísia, Egito, Síria ou Turquia? Não, estamos no Brasil, que desperta de um longo inverno e acorda para sua primavera.

Logo após as Diretas Já e o Impeachment de Collor, a juventude brasileira se perdeu cada vez mais no mundo individual, que vem pregando o culto ao prazer e ao mundo virtual, deixando esta nova geração num vácuo ideológico.

Como canta Cazuza, "Os meus sonhos foram todos vendidos. Tão barato que nem acredito que aquele garoto, que ia mudar o mundo, frequenta agora as festas do Grand Mond". E é assim que se comportava a juventude brazuca; distante da consciência pública e política, preocupando-se em grande maioria com os valores da moda, aparência e família, sendo apenas 18,5% participantes e preocupados com as políticas públicas e o Governo; segundo a pesquisa da Unesco realizada em 2012. Mas o que deixou a juventude indignada por todo o país?

O estopim da revolta foi os centavos a mais na passagem de ônibus; porém por trás disso tudo tem o monstro da inflação que gerou toda uma desigualdade, pois não foi contida pelo governo. O aumento dos salários dos deputados, gerando assim mais corrupção; os gastos públicos públicos com a Copa e a Olimpíada, avaliados em 59 bilhões; e a falta de qualidade nos transportes públicos.

Goiânia, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Recife (no qual o protesto ocorrerá na quinta-feira, dia 20 de junho) e inúmeras outras cidades marcharam toda uma juventude inconformada que desperta de um inverno político e está pronta para  o despertar de uma primavera carregada de ideologias. "Avante, filhos desta Pátria Amada, o dia da Glória chegou!"

quarta-feira, 12 de junho de 2013

A Baronesa Holandesa

Quando Nassau construiu o seu palácio, deixou firmado até hoje as bases do Palácio dos Campos das Princesas. E com ele trouxe também toda uma corte de calvinistas para assim formar o seu Império Holandês no nordeste Brasileiro.
Uma destas pessoas da corte foi a baronesa Anne von Kassel, que era considerada uma das mais belas mulheres do seu tempo; e ela trouxe consigo um tesouro único da Holanda, a Estrela do Ocidente, uma joia de diamante cravada num colar de prata. A baronesa Anne von Kassel se destacava das demais por causa desta joia e atraia a inveja das demais mulheres da corte.
Ora quanto os holandeses entraram em guerra com os portugueses e brasileiros, o Nassau e toda sua corte tiveram que fugir para Holanda. A baronesa nas pressas deixou a Estrela do Ocidente cair no rio Capibaribe que levou o colar para si.
A baronesa inconformada jogou-se do palácio em busca do seu colar, e morreu afogada.
Dizem que um fantasma de uma mulher de vestido branco assombra o Palácio do Governador, pois a baronesa não conseguiu descansar em paz, porque nunca encontrou sua joia e por isso assombra os governadores; pois acredita ela que são os responsáveis pela derrota do tão famosos Império Holandês.  

Cemitério da UFPE

"Antes mesmos dos portugueses chegarem em Pernambuco, e há muito tempo realmente; moravam em nosso Estado, os índios, assim como em todo o Brasil.
E os índios logo que morriam voltavam para terra, pois assim acreditavam que estavam retornando para o manto da Mãe-Terra Ceuci. E os índios jaziam em uma porção de terra que hoje em dia, floresce o conhecimento... Mas que lugar é esse? E que história é essa?
Dizem algumas lendas que a federal pernambucana foi edificada sob um cemitério indígena; e que nas noites de sextas-feiras de lua minguante, um cortejo de almas dos tupis-guaranis elevam-se e percorre todas as avenidas da universidade, correndo atrás dos descendentes dos "caras-pálidas" que foram responsáveis pelas mortes de diversos indígenas...
Zeladores, seguranças, faxineiros dizem que escutam principalmente o cantar dos apitos, e estes já sabendo do que se tratam, morrem de medo."

Como não amar uma cidade onde um McDonald's faliu, por Téta Barbosa

Eu olindo, tu olindas, ele olinda. Nos domingos, nós olindamos.
Descobri que Olinda era verbo quando dei uma carona para o músico Erasto, irmão do percussionista Naná Vasconcelos. O irmão menos famoso do clã dos Vasconcelos escolheu a cidade alta para passar seus dias. Por lá escreveu o guia “das Olindas” que diz assim:
“Subi Mercado da Ribeira 
Desci largo de São Bento 
No largo do Varadouro 
Na Praça do Jacaré

Afoxé, afoxé 
Olinda mandou me chamar”

E, enquanto cantarolava no carro durante a carona, avisou: “pode me deixar nos Quatro Cantos mesmo, estou precisando Olindar”.
E como não amar a única cidade no mundo onde um McDonald’s faliu?
Olinda é mesmo uma cidade estranha. E isso me faz lembrar um causo, passado numa segunda-feira chuvosa num bar da cidade histórica. E esse conto, caro leitor, não se passou com a amiga da prima da minha sogra, não. Foi comigo mesmo que aconteceu, por isso posso atestar de pés juntos, a estranheza do acontecido.
Lá estávamos nós, amigos boêmios, numa festinha regada a jazz na sede da Pitombeira (bloco famoso nos dias de Carnaval). Entre uma música e outra, rolou um zum zum zum, à boca miúda, de que naquela mesma festinha estava Matt Dillon (ator famoso das bandas de Hollywood).
- Matt quem? É aquele que fez Supremacia Bourne?
- Não, é o do filme Crash, no Limite. Aquele do Oscar, pô.
Passada a confusão para diferenciar Matt Dillon de Matt Damon (americano é tudo igual) e Brad Pitt de Tom Cruise (que no calor na discussão, entraram na conversa sem ter nada a ver com o assunto), confirmamos a presença do famoso no local. Sim, era ele.
A notícia, que tinha potencial para se transformar em euforia, autógrafos e briga por fotos em qualquer lugar do mundo, parou por aí. É de Olinda que estamos falando, afinal de contas. Ninguém, repito, ninguém no recinto abordou o cara. Matt ficou lá; sozinho, carente.
O desprezo pelo moço chegou a tal ponto que ele teve que tirar fotos dele mesmo no balcão do bar. Deu até pena (dó, na linguagem do Sul, porque quem tem pena é galinha). Mas a atitude blasé dos olindenses dizia “Pra que Matt se a gente tem Erasto?”. Que mais além se transforma em “pra que McChicken, se aqui tem tapioca?” ou “pra que badalar, se a gente pode Olindar”?
O fato, meus amigos, é que Olinda não é uma cidade, é um estado de espírito. E ai dos turistas que passam rápido demais, tiram fotos demais, compram bugingangas demais e nem têm tempo de conjugar o verbo Olindar. Desses dá pena, de verdade.

Téta Barbosa é jornalista, publicitária, mora no Recife e vive antenada com tudo o que se passa ali e fora dali. Escreve aqui sempre às segundas-feiras sobre modismos, modernidades e curiosidades. Ela também tem um blog - Batida Salve Todos

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Filtros de Sonhos


"Sonhe seus sonhos de olhos fechados, mas viva os seus sonhos de olhos abertos..." O prédio do CFCH, Centro de Filosofia e de Ciências Humanas tem as suas particularidades; além de laboratórios de pesquisas, auditórios e uma ótima biblioteca, o tal prédio possui histórias assombrosas de mortes dignas de história de cinema e também vendedores ambulantes que levam uma cultura alternativa para os diversos estudantes.
De livros a colares, de vestidos a brincos espetaculares... Entretanto que chama a atenção da maioria dos estudantes, professores e burocratas da faculdade é o Filtro de Sonhos; porém o que é isso?
Tal objeto filtram as energias boas e ruins que se infiltram nos nossos sonhos. E surgiu de uma lenda indígena do México para assim chegar até nós, graças aos vendedores alternativos do CFCH:
"Antigamente havia duas tribos em guerra. A raiva e o rancor que uma guardava da outra geravam energias negativas, desarmônicas  As crianças sentiam essas energias e tinham pesadelos. A Grande Mãe Búfala observou a situação, desceu até a terra e pediu ao xamã da aldeia para que pegasse um galho de salgueiro chorão, fizesse um aro com ele e deixasse uma aranha tecer uma teia dentro. O xamã obedeceu e quando terminou, pendurou penas e outros objetos para atrair as energias, e em seguida pendurou-os nas cabanas em que dormiam as crianças. As energias ruins ficavam presas na teia e dissipavam-se com os primeiros raios de sol. As boas energias sabiam para onde ir e passavam pelo furo central, sem se prender. Logo depois as tribos fizeram as pazes."

 

Porto do Recife

Navio chegando, aqui no Recife!

Noite Urbana

 A noite veio caindo
 E com ela chegou...
 O barulho dos carros, o cheiro do asfalto,
 O corre-corre das máquinas de coração
 O medo repentino do assalto;
 Que mal tem em observar da janela
 E querer enxergar as estrelas
 E não conseguir ver nada;
 Além das luzes tão belas...

 O silêncio tomou conta de tudo
 Dos corações, dos pulmões até 
 Dos irmãos.
 Ah, que saudade faz da cidade
 Que ficava no pé do morro,
 Das crianças brincando e gritando nas ruas
 O povo 'se rindo' nas calçadas,
 E fofocando nas avenidas;
Ah! Que saudade do pé do morro!

                                                                     B.H.R. Vieira 

Antigo



Como canta Lenine: "Sou o coração do folclore nordestino". Recife tem uma cultura vibrante e emocionante,   é uma cidade acolhedora que desde de sua origem soube receber portugueses, espanhóis, holandeses, judeus, africanos e diversos outros povos; isso fez resultar numa cultura rica... De prédios multicoloridos,  multiformes e  de uma beleza rara.
Todos, TODOS  RECIFENSES mesmo,  devem ao menos peregrinar uma vez na vida para o Antigo, independente de sua capacidade financeira, do seu VEM, dos seus estudos universitários e de seu estado de  saúde ou de morte; pois é lá o coração cultural do Recife. É onde vemos o artesanato, doces caseiros, mamulengos, diversas exposições culturais.
E muito mais além destas características materiais... Temos as aprendizagens imateriais, o ato de respeitar o próximo, de conviver com as diversas culturas, de "respirar" coisas nunca antes "respiradas"...
Experiências únicas que somente estão presentes num único bairro, que leva você ao passado dentro de um presente inovador.

ÔNIBUS:  433 Brasilit/ 432 CDU (Várzea)/ 414 Torre/ E diversos outros.